Passou-se o tempo em que os times de futebol jogavam seu jogo, pouco se importando com o que o outro time iria colocar em campo. O Futebol moderno necessita muito mais da coletividade do que da individualidade. O Santos de década de 60 jogava futebol brincando, sem preocupar-se em levar um, dois ou três gols, pois sempre marcaria cinco, seis ou sete. Hoje, o que vejo no Grêmio é algo semelhante (e por Deus, não entendam que comparo o Santos de 60 com este nosso Grêmio).
Após a vitória sobre o CAxias ontem, guardadas as devidas proporções, vi que nosso time hoje é uma boa compilação de jogadores que possuem individualidades muito interessantes e que provam a cada jogo que os torcedores gremistas podem esperar algo de bom para o decorrer do ano. Porém, longe destas individualidades está o nosso coletivo.
São dois jogos, é início de temporada, entendo perfeitamente, mas não vi ainda nenhum esboço por parte do Professor Silas em preocupar-se em compor o meio campo a fim de proteger a defesa. Muito pelo contrário, o vi se preocupar em deixar no time todos os “medalhões” com o intuito (acredito eu) de “ofensivar” a equipe a levando a vitória. Isso nem sempre irá acontecer, visto que nem todas as equipes possuem as deficiências que Pelotas e Caxias possuíam.
Não estou criticando nosso treinador (muito pelo contrário, pois sou um defensor de seu trabalho e acredito muito que possa nos dar títulos que almejamos), mas creio que o momento de pensar a coletividade é agora, nos jogos iniciais e não somente escalar o time pra frente, a fim de vencer a partida, sem se importar como que a equipe produziu propriamente dito.
Porém, acredito que Silas irá mudar seus planos. Com a chegada de Douglas, o time terá um articulador de natureza, que marca e que chega à frente. É mais um pra brigar pelas quatro vagas da frente. Souza, Hugo, Douglas, Leandro, Borges e Jonas. Se Silas entender e realmente honrar seu discurso de chegada, no qual afirmou que sabe da história e da tradição do grêmio enquanto equipe “brigadora” e marcadora que é e sempre será, destes seis citados anteriormente, quatro terão a honra de serem titulares. Resta saber quais serão.
Não é querer reclamar de barriga cheia, mas apesar da vitória e do bom futebol apresentado, ainda há desequilíbrio e ainda há brechas no meio campo. Sem meio campo continuaremos levando gols. Mais um volante, por favor.