Salvador, 40º graus, cidade maravilha purgatório do Vitória e do caos. Não, eu não estou enlouquecendo e mudando a célebre música de Fernanda Abreu. O jogo que o Grêmio encarou nesta tarde de sábado na Bahia contra o anfitrião Vitória rendeu muito mais do que a alegria por uma vitória de 3×0 e uma subida na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro. O jogo foi um caos. Um caos de passes errados e jogadas mal feitas debaixo de um escaldante sol de quase 40º.
Muitos dirão que estou “corneteando”, me desculpem, não é minha intenção, mas fatos são feitos para serem mostrados e salientados quando estes ocorrem tão nitidamente como foram os acontecimentos da partida deste fim de semana.
O Grêmio jogou mal. Isso é um fato. A vitória por três a zero não condiz com o que foi apresentado e isso é outro fato. Porém o Grêmio parece que encontrou o caminho da felicidade, a trilha dos tijolos dourados, a urna do ouro sagrado ao demonstrar não futebol e grandes jogadas, mas vontade, determinação, marcação, entrega e raça. E isso também é um fato.
Não foi uma partida de encher os olhos. Como sempre Victor esteve perfeito quando necessitado. Gabriel foi um dos melhores em campo, assim como a zaga instransponível de Ozéia e Neuton. Estes citados, eu confesso não lembrar de erros para elencá-los a você, caro leitor. Porém o nosso meio, totalmente remendado com laterais e atacantes fazendo funções que não são familiares foi muito mal. Talvez a resposta para tal fato esteja justamente nesta linha acima a qual escrevi: improvisação e a conseqüente falta de entrosamento. Não havia também nenhuma ligação entre ataque e defesa. Faltou o armador das jogadas, a cadência e mais uma vez o Grêmio prova que a engrenagem não gira se não possui óleo (aqui se lê Douglas). Renato precisa garimpar um substituto pro camisa 10, justamente para ocasiões como as de hoje à tarde as quais não tínhamos substituto a altura. Talvez a base ainda não utilizada? Quem sabe Pessali? Enfim…
(…)
No ataque o “Mestre” esteve tão solitário que parecia pertencer a um exército de um homem só (Ah, literalmente visto que Jonas não largou a bola em nenhum momento pros colegas). Diego na 2ª etapa deu um pouco de movimentação pelos flancos e assim fez com que a equipe sai-se um pouco da pressão. Foi de fundamental importância, visto que foi o autor do gol do desafogo.
Enfim, a partida não foi um primor (principalmente no que nos referimos aos meninos do olímpico (detesto esses apelidos chama-imprensa). Porém não é o momento de crucificar os jovens meninos que entraram numa fogueira e conseguiram trazer os 3 pontos de uma partida que parecia se encaminhar para um triste sábado de sol (hoje estou musicalmente sarcástico, não!?). Puxa-se as orelhas, ajeitam-se os erros e bola pra frente.
O Grêmio hoje foi um poço de entrega e determinação. Raça pura para conseguir os 3 pontos. Superou todas as dificuldades que ali estavam e mostrou que voltou a ser Grêmio. Raça, essa é a palavra.
ps: falando nisso, qual a raça do teu cachorro, Souza? Gremista? Se sim concordo contigo. Raça é realmente coisa de cachorro.