A Frase título de minha crônica poderia muito bem resumir e inclusive ser o texto principal destas linhas que se sucedem para vocês, caríssimos gremistas. O Grêmio de ontem teve uma noite infeliz em todos os sentidos que se possa imaginar. Sobrou segurança do que sabia e que podia jogar somados a arrogância e prepotência em certos momentos cruciais e faltou o principal: entrega, malandragem e capacidade de leitura de jogo nos momentos complicados e mais importantes da partida. Alguém pelo amor de Deus avise o Grêmio que Libertadores não é só “toque y me voy”.
Não adianta chorar, espernear ou falar aos microfones que o árbitro errou contra nós. Errou? Sim, errou. Não marcou um pênalti em Borges (pra dizer a verdade foi só um puxão quase que imperceptível), deixou a “cêra”do time da casa “correr solta” e o pior, não deu acréscimos nos fazendo crêr que estávamos em outro momento do futebol, em que os árbitros esperavam o jogo “acalmar” pra finalizar a partida, independente de ter tido ou não o famoso jogo parado. Uma palhaçada sem tamanho. Porém futebol é isso aí. Uma hora se erra contra (como foi ontem) outra hora se erra a favor (como foi contra os Bolivianos do Oriente Petroleiro). Por vezes, Libertadores se joga contra o adversário e contra o juiz. O time do Grêmio e seu treinador já deveriam saber disso.
O que não pode é o torcedor do Grêmio e mesmo a comissão técnica cometerem o equívoco de transferir toda a culpa do fracasso de ontem sobre o juiz. Isso seria “tapar o sol com a peneira”. O Grêmio de ontem não foi o mesmo Grêmio do 1º jogo, muito menos o Grêmio que jogou o 2º semestre do ano passado. O Grêmio de ontem entrou em campo pensando alto (muito alto), entrou em campo com a certeza de uma vitória que poderia sair com naturalidade, independente se do outro lado haveria uma equipe dedicada que impedisse isso. Muitos dirão que “esse é o pensamento, esse é o espírito, tem que ir pra cima”. O Santos na 1ª partida e o Fluminense nos dois primeiros jogos, assim como o Inter contra o Emelec são provas vivas e muito próximas de que nem sempre futebol se vence jogando pra cima independente do que o adversário estiver fazendo. O Grêmio de Renato precisa rever a forma como lê certas partidas. Possui jogadores rodados e com muita qualidade técnica e um treinador experiente que já tem história pra contar. Não pode cometer o mesmo equívoco que cometeu ontem.
Armar o time diferentemente a cada adversário eu concordo que acaba por ser um tiro no pé, mas não custa ter diferenciações no esquema tático visando comprender e ler cada partida como uma partida diferente. Renato precisa entender que o Grêmio não pode abdicar de “entender e ler” a partida como ela se apresenta e não como ela teoricamente deveria ser. O que se via em campo ontem era um Grêmio enfeitado, com toques rápidos e muitas bolas perdidas por puro preciosismo. Um time que acreditou demais no seu cacife e que não acreditou no que o adversário poderia lhe impor.
Nem sempre a qualidade irá se sobressair e é nestes momentos que entra a pegada e a malandragem, coisas que faltaram ontem e que nos mostraram que os “juniores” no confronto da madrugada passada não foram os colombianos.