Coluna do Will

“Uma Final que não retrata a realidade”

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RESULTADO X PRODUTIVIDADE: Qualquer ser humano, que não seja Gaúcho, e que não tenha apreço pelo esporte bretão, ao abrir os jornais  e ler que o Grêmio venceu o Cruzeiro por 4×2, carimbando seu passaporte para a Final da Taça Piratini, imaginará que o time que veste azul, preto e Branco está com muita “bala na agulha”, ou como diria o saudoso (sic!) Ratinho, “com café no bule”. Mas será que realmente o Grêmio está com esta “bola toda”? (me perdoem os bordões coloquiais). Será que a partida de ontem serviu para demonstrar que o Grêmio está “pronto” para enfrentar novos e maiores desafios. São questionamentos que se tornam pertinentes quando colocamos frente a frente o resultado final da partida e a produção do time de Renato Portaluppi na partida de domingo.

TESTES TEMERÁRIOS: Sem querer desmerecer o “charmoso” Campeonato Gaúcho, mas a Libertadores é um certame que merece maiores testes que aquele pode e está proporcionando. Utilizar somente o Campeonato Gaúcho como treinamento e base para tal competição já seria um equívoco tremendo, afinal a maioria das equipes deste certame regional são de nível sofrível. Agora imagine se estas mesmas equipes sofríveis estão proporcionando dificuldades (por vezes homéricas), a um time que está disputando uma Libertadores (salvo exceções como a de domingo, e aqui o Cruzeirinho merece uma menção honrosa pela bela partida e dificuldades que proporcionou ao Grêmio) . Se isso está ocorrendo, algo está errado.

ATÉ QUANDO? Novamente o Grêmio venceu. Novamente Renato chutou as garrafas de água e novamente a torcida ficou feliz. Glória. Mais uma final de turno e mais uma conquista ao alcance das mãos. Até quando o Grêmio sofrerá gols de bola alçada na área? Até quando Douglas continuará fora de forma jogando com displicência sendo que pode render em dobro? Até quando Bruno Collaço e Neuton serão reservas do sofrível Gilson? Até quando André Lima e Carlos Alberto serão sacrificados jogando fora de posição? Precisaremos perder o regional ou sermos eliminados da competição continental para que certas convicções furadas deixem de ser verdades absolutas?

ERRAR É HUMANO: Renato Portaluppi está de parabéns. Pegou um Grêmio quase rebaixado no início de Agosto e em pouco mais de 7 meses de trabalho classificou a equipe pra uma Libertadores, montou um grupo qualificado de jogadores e está na final do 1º turno do Gauchão, com vaga garantida na grande final se esta chegar a ocorrer. Muitas palmas para o Homem Gol. Merece todos as gratificações possíveis. Está crescendo enquanto profissional. Só falta aprender que como ser humano, também erra e que admitir tais erros, voltando atrás destes não é vergonha.

CARNAVAL: Esta folga de três dias que Renato dá a seus jogadores vem em boa hora. Após a partida decisiva contra o Léon de Huanúco, a equipe tricolor e seu comandante terão “um tempo” (juro que não estou imaginando que o carnaval do Rio é o principal causador destas “mini-férias) para pensar, refletir e “colocar alguns pingos nos is” (assim esperamos). Com a volta de Lúcio ao meio campo afirmado como jogador daquele setor e com as más atuações de Gilson, Carlos Alberto e André Lima (estes dois últimos nitidamente sacrificados por estarem fora de lugar) a equipe como um todo merece uma reavaliação. Entendendo-se que dois atacantes é idéia fixa de Renato e que este não abre mão de Lúcio no meio campo, assim como o inconstante Paulão na zaga creio eu que o time teria melhores resultados com a seguinte formação: Victor, Gabriel, Paulão, Rodolfo e B.Collaço (Neuton); Rochemback, Adilson, Lúcio e Douglas; Carlos Alberto (Escudero) e Borges. Vamos ver se a folga ajuda a clarear as idéias pelos lados da Azenha.

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