Grêmio e Flamengo já se enfrentaram na Libertadores? Sim, algumas vezes. E hoje vamos falar do confronto mais marcante de todos. 26 de junho de 1984. Inverno rigoroso em Porto Alegre. Estádio olímpico lotado para ver a estreia do Grêmio na Libertadores da América contra o Flamengo bicampeão brasileiro em 82/83, o time da massa, rico, “queridinho da mídia”. Naquela época o campeão do ano anterior só estreava nas semifinais do ano seguinte, sendo essa fase disputada no formato de triangular, com jogos de ida e volta, classificando o melhor do grupo para a final. Além dos cariocas, o Universidad Los Andes da Venezuela era o outro adversário do grupo. O Imortal começou o jogo empurrado pela torcida e abriu o placar com Osvaldo logo aos 5 minutos. Depois da rebatida na área, o camisa 8 soltou um canhotaço pra vencer o goleiro argentino Fillol. Logo os cariocas reagiram, e após bola alçada na área e falha de posicionamento de De León, empataram o jogo com Tita (que um ano antes havia atuado pelo Tricolor). Daí o Portaluppi entrou em cena. Partiu em direção à área e com um belo passe lançou Tarciso na esquerda, que cruzou para Caio cabecear para as redes. Jogo aberto, os cariocas tentando reagir. Renato retoma uma bola pela esquerda e dá outro passe em direção à linha de fundo. Paulo Cesar entra como uma flecha e cruza. Osvaldo cabeceia forte e encobre o arqueiro rubro negro anotando o terceiro gol Tricolor (seu segundo na partida). No intervalo, Zagallo sai aos berros com seus jogadores, tentando injetar um ânimo. Começa o segundo tempo. Faltava o gol do Renato. E ele veio. Mais um belo cruzamento do Paulo Cesar pela esquerda e o Portaluppi mergulhou pra colocar a bola na rede! A essa altura a torcida já gritava olé, e ainda eram 10 minutos do segundo tempo! Mas ainda tinha mais. A cereja do bolo veio com Tarciso. O craque. o artilheiro. A zaga do Flamengo saiu tocando errado e o camisa 9 recebeu sozinho na cara do gol. Ele olhou e tocou por cima, encobrindo Fillol e dando números finais à partida. GOLAÇO!!! Mais uma vitória Tricolor contra um time da massa, dando uma aula de futebol. O time entrou em campo naquela noite com João Marcos; Raul, Baidek, De León e Paulo Cesar; China, Osvaldo e Luis Carlos; Renato, Caio e Tarciso. Calos Froner era o comandante. Após 35 anos, o confronto irá se repetir. Pra vencer, o Grêmio terá que jogar muita bola, como naquela noite gelada de 1984. É possível sim, contra tudo e contra todos. Temos grandes jogadores e o mesmo Renato comandando o time. Avante Tricolor! Rumo à final!
Jogos Inesquecíveis
Palmeiras 0x1 Grêmio 09/11/2008
É, vai ser difícil. Há 11 anos o Imortal tricolor não vence uma partida contra o Palmeiras em São Paulo. Corria o dramático ano de 2008. Após abrir 11 pontos de distância frente ao São Paulo, o Grêmio chegava à 34º rodada do campeonato brasileiro inacreditavelmente 2 pontos atrás. Os paulistas do Morumbi lideravam a competição e enfrentariam a Portuguesa nessa rodada. Nesse cenário, se quisesse se manter vivo na competição, o Tricolor precisaria necessariamente vencer o Palmeiras fora de casa. Pra complicar, entre lesões e suspensões, aquele time que jogava no 3-5-2 estava completamente descaracterizado. Sem os 3 zagueiros, os 2 laterais titulares, sem o atacante Perea (grande destaque naquele ano) e com o volante Amaral improvisado na zaga. Esses eram os desafio do Imortal, que teria pela frente o poderoso (e rico) Palmeiras de Diego Souza, Denílson e Alex Mineiro (o artilheiro do Brasil em 2008). Parque Antártica lotado, pressão desde o início, Palmeiras começa pressionando, e o jogo se equilibra do meio para o final do primeiro tempo. Goleiros Victor e Marcos se destacando com boas defesas. Segundo tempo começa morno, truncado como todo o jogo entre as duas equipes. 27 minutos, falta para o Grêmio na ponta esquerda da intermediária. Helder escora curto, Tcheco dá 3 passo em diagonal e cruza a bola com efeito. Todo mundo sobe, Marcel tenta em vão a cabeçada, e a bola morre na rede, no canto esquerdo de Marcos, que só tenta o golpe de vista. GOL DO GRÊMIO!!! Muita comemoração, os jogadores se abraçam quase sem acreditar. Depois disso o Palmeiras se atira com tudo para o ataque. Inclusive o goleiro Marcos, que havia perdido seu pai há poucas horas, abandona a meta e vai para o ataque como um louco no meio do jogo, deixando a defesa desguarnecida. Tentativas de todas as formas, mas afoitas e sem resultado. Final de jogo. Vitória heroica do Imortal Tricolor, que naquele momento, retornava para a briga pelo título, quando ninguém mais acreditava. Esse é o Grêmio. Contra tudo e contra todos. Que sirva de inspiração para o jogo de amanhã. É quase impossível, eu sei. O Palmeiras não toma gol, tem um elenco muito mais completo e a vantagem do jogo de ida. O Grêmio vai ter que jogar muita bola (principalmente o Maicon, que está devendo faz tempo), mas quem sabe uma bola despretensiosa como esse gol do Tcheco não recoloca o Grêmio de volta na briga? A alma copeira (como diz um certo narrador) é o único fator que nos faz acreditar. Avante Tricolor! O time que entrou em campo em 2008, no 3-5-2 tinha: Victor; Amaral, Jean e Heverton: Souza, Rafael Carioca, William Magrão, Tcheco e Helder (Adilson); Reinaldo (André Luis) e Marcel (Ortemann). Téc. Celso Roth.
Grêmio 1 X 0 LDU – 30/01/2013
Não sei vocês, mas eu já estou com saudade da Libertadores. Enquanto a competição não começa para o Tricolor, vamos relembrar mais uma grande vitória do passado retornando com a sessão “JOGOS INESQUECÍVEIS”. O ano era 2013, o primeiro ano da Arena Tricolor. Após uma boa campanha no Campeonato Brasileiro do ano anterior, o Imortal retornava à Libertadores da América. Com Luxemburgo no comando, a direção tratou de investir pesado para montar um time de estrelas com o objetivo de levantar a taça. Como nada é fácil na vida do Grêmio, já de cara surge um grande adversário na pré Libertadores. A temida LDU campeã 5 anos antes calando o Maracanã contra o Fluminense de Renato. A fase pré Libertadores era disputada logo em janeiro, adiantando assim a pré temporada e preparação, já que um jogo tão importante assim definiria o futuro do time no restante do semestre. Uma possível eliminação seria um desastre total comparando ao grande investimento realizado pela direção. No jogo de ida no Equador (23/1), vimos um Grêmio ainda fora de forma segurar o empate até os 30 do segundo tempo, quando num lance de bate-rebate, após uma milagrosa defesa do Grohe, Garcez completou pra rede. Apesar da derrota, voltamos vivos. Com apenas 30 dias de uso, a nova Arena já enfrentaria sua primeira grande decisão. Em 30 de janeiro, 42 mil torcedores lotaram o estádio para apoiar o Tricolor rumo á vitória. Os equatorianos vieram fechados. trancando o jogo, fazendo faltas e atrasando a reposição da bola, métodos bem conhecidos na tradicional competição da América. Um primeiro tempo tenso e com poucas chances de gol logo chegou ao fim. Se via esperança nas entrevistas dos jogadores na saída de campo. “Temos que trabalhar a bola” dizia Zé Roberto. Vem a segunda etapa e um Grêmio ainda mais impetuoso encurralava a LDU que recuava e buscava matar o jogo nos contra-ataques. Aos 16 minutos, após receber um passe de William José, Elano soltou uma bomba de fora da área acertando o ângulo direito do goleiro equatoriano Dominguez. GOLAÇO!!! Mas ao mesmo tempo um momento de tensão tomou conta da Arena. Durante a comemoração do gol, na tradicional avalanche, o alambrado cedeu e derrubou alguns torcedores dentro do fosso, sofrendo uma queda de mais de 2 metros. Apesar de todas as preocupações, a equipe de emergência agiu rápido e tratando torcedores feridos e encaminhando para atendimento. Esse fato fez com que fossem posteriormente instaladas barras no setor da Geral e determinasse de uma vez por todas o fim da avalanche. Após a reinicialização do jogo, o Grêmio lutou até o fim para fazer o segundo gol, mas terminou assim. Esse 1×0 levou a decisão para os pênaltis. André Lima bateu primeiro. Gol! Saritama converteu para a LDU. Saimon foi pra segunda cobrança Tricolor. Bateu muito mal. O goleiro pulou no canto direito e defendeu. Vitti converteu para a LDU. 2×1. Tensão total nas arquibancadas da Arena. William José bateu firme e igualou. Reasco vai pra bola e… Na trave! Tudo igual 2×2. Pará e Vargas marcaram para o Grêmio, Vélez e Canuto para a LDU. 4×4 e vamos para as cobranças alternadas. Alex Telles vai pra bola e… Gol! Morante é o próximo a bater pela LDU… GROHE! Defendeu com os pés! Herói! Definida assim a vitória tricolor por 5×4 nos pênaltis e a classificação para a fase de grupos da Libertadores 2013! Grande jogo. Tenso, suado, nervoso. Mas no final, superação Tricolor. Na raça despachamos os equatorianos. O time que entrou em campo naquela noite: Grohe; Pará, Saimon, Bressan e Alex Telles; Fernando (Wiliam José), Souza, Elano (Jean Deretti) e Zé Roberto; Vargas e Moreno (André Lima). Téc. Vanderlei Luxemburgo.
Grêmio 2 x 1 Hamburgo – 08/12/2012
Aí está um jogo digno de inauguração de estádio. Dá-lhe Grêmio! Sempre pioneiro, sempre maior!
GRÊMIO 2X1 HAMBURGO
Competição: Amistoso
Local: Arena do Grêmio, Porto Alegre (RS)
Público: 60.540 pessoas
Renda: Não divulgada
Horário: 22 horas (de Brasília)
Cartões vermelhos: nenhum
Grêmio 5×1 Universidad Católica – 1998
Setembro de 1998. Um Grêmio que iniciava reação depois de um mau começo no campeonato brasileiro enfrentava os chilenos da Universidad Católica no Olímpico Monumental. Era a primeira edição da Copa Mercosul, um torneio criado para substituir a Supercopa. Como não lembrar da transmissão do SBT, com o Sílvio Luiz narrando o jogo do Grêmio com transmissão para todo o Brasil? Saudades… Hoje em dia a TV monopólio não admite um jogo do Imortal Tricolor em rede nacional se não for contra um paulista ou carioca… Mas isso é assunto para outro post. Voltando ao jogo, o Imortal não tomou conhecimento da equipe chilena, que contava com alguns jogadores que defenderam sua seleção na Copa do Mundo de 1998 (entre eles o goleiro Tapia). Itaqui, que jogava improvisado no meio campo fez 1×0 de cabeça aos 21 do primeiro. E dá-lhe Sílvio Luiz: “Éééééééééé doooooooo Grêêêêmiooooo!” Zé Alcino fez o segundo, cinco minutos depois. Aos 29 o zagueiro Scheidt (que já defendeu a seleção brasileira) marcou o terceiro, também de cabeça. Ronaldo A$$is marcou o quarto de pênalti. Começa o segundo tempo e o Zé afonso perde um gol incrível. E o Sílvio Luiz: “Pelas barbas do profeta!”. Cornejo descontou para os chilenos aos 18 numa falha de marcação da zaga. E o velho Itaqui fechou o placar dois minutos depois. 5×1. Grande vitória! É o que esperamos amanhã no Monumental. Com certeza a torcida estará presnte em grande número, e empurrará o time para cima da qualificada equipe chilena que vem a Porto Alegre. Na pressão de um Olímpico que viu apenas 4 derrotas em toda a história Tricolor na Libertadores, vamos em busca do grande objetivo, que é a classificação. Vamo Tricolor! Queremos a Copa! Ah, o time que venceu em 1998: Danrlei, Walmir, Rodrigo Costa, Scheidt (Éder) e Roger; Djair, Goiano, Itaqui e Ronaldo A$$is; Zé Alcino (Rodrigo Mendes) e Zé Afonso. Téc. Celso Roth.