Jogos Inesquecíveis

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588Já que estamos na semana GREnal, o Jogos Inesquecíveis de hoje relembra um clássico histórico, que aconteceu no distante ano de 1944. Naquele ano, o Imortal não vinha bem, e já havia perdido dois GREnais seguidos. Tudo indicava que o rival venceria o terceiro. O jogo foi disputado no dia 13 de agosto no Estádio da Baixada (antiga sede Tricolor), e começou com o rival pressionando, sendo que, ao término do primeiro tempo, já vencia por 3×0, fazendo jus ao favoritismo. No intervalo, o treinador Telêmaco de Lima, motivava ao máximo os jogadores Tricolores, dizendo que se fizéssemos um gol no início, a virada seria possível. E foi o que aconteceu. Logo aos 3 minutos, o uruguaio Ramón Castro marcou o primeiro. A torcida aplaudia e incentivava o time acreditando na virada. Não demorou e Bentevi fez o segundo. A essa altura, os torcedores gritavam “mais um, mais um”. Atendendo aos pedidos, Ramón Castro empatou o jogo. Atônitos, os rivais não entendiam o que estava acontecendo. O mais incrível ainda estava por vir. Faltando dois minutos para o fim da partida, Ivo Aguiar serviu o ponta esquerda Mário, que com um potente chute, virou o jogo, para o delírio da torcida, mostrando que desde os primórdios, o Grêmio sempre foi um time de Raça, que não desiste jamais. Por mais difícil que seja a situação, sempre acreditamos que é possível, pois são muitos os jogos que vencemos de forma heróica, contra tudo e contra todos, inclusive fatores “extra-campo”. Nenhuma situação difícil vai nos abalar. Nenhuma má colocação na tabela vai nos fazer desistir. Nenhum Estádio lotado vai nos fazer tremer. Por isso neste domingo, é o dia de dizer: Sim, eu acredito. Vamos pra cima deles, mesmo dentro do chiqueiro da beira lago. E com certeza, conseguiremos a reabilitação no Campeonato, e ainda vamos terminar na frente deles! Avante Tricolor!

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589Depois de uma primeira fase tranqüila, em que trucidamos os bolivianos Blooming e Bolívar, e nos vingamos da derrota de 82 para o Flamengo, o Imortal entrou no triangular contra os perigosos América de Cali e Estudiantes. Após vencer os dois no Olímpico, e perder para o América na Colômbia, dependíamos de uma vitória contra o Estudiantes para avançarmos à final da Libertadores. O clima era literalmente de guerra, pois os argentinos lutavam contra a Inglaterra pela posse das Ilhas Malvinas, e um avião inglês, um dia antes do jogo, pousou na Base Aérea de Canoas para abastecer. Era o que faltava para que o ódio aflorasse por todos os poros dos argentinos contra os brasileiros. No dia do jogo, fazia um frio de rachar e a sensação térmica era de 2 graus negativos. Nas arquibancadas de madeira do estádio, os torcedores xingavam os jogadores Gremistas, além de jogar objetos, como pilhas, vidros e pedras. Atrás de uma das goleiras, um engolidor de fogo, desses de circo, impressionava com suas chamas de 3 metros de comprimento. Em campo, os atletas do Estudiantes apelavam pra violência, apoiados pelos ensandecidos torcedores. Antes mesmo de a bola rolar, o atacante argentino Trobbiani, levou cartão amarelo. Com dois a menos, o Estudiantes abriu o placar, mas o Tricolor não se abateu e empatou com Osvaldo aos 44. No intervalo, Caio foi agredido no túnel que levava ao vestiário, e teve que ser substituído por César. Aos 8 minutos do segundo tempo, o Imortal virou a partida com gol do próprio César. Já com quatro a menos, e batendo até na sombra, os argentinos assistiram a um golaço de Renato, aos 18 minutos. Numa luta incrível, os argentinos partiram pra cima do Grêmio, mesmo em desvantagem numérica. Após Gurrieri descontar, o juiz anulou um gol legal de Osvaldo. Aos 41, ocorreu o gol de empate dos Estudiantes. Um resultado ruim? Não, uma heróica jornada de atletas que eram, antes de mais nada, homens, bravos profissionais que, na medida do possível, tentavam jogar futebol. Depois do jogo, o próprio Valdir Espinosa admitiu: “era empatar ou morrer”. Para chegar à final, torcíamos para que o eliminado América de Cali ao menos empatasse contra o Estudiantes na Colômbia. Os colombianos honraram a camisa e seguraram o empate, que colocava o Tricolor na final da Libertadores da América. Mas isso já é assunto para outro post. O Grêmio que esteve em campo nesta partida conhecida como “A Batalha de La Plata” foi: Mazarópi, Paulo Roberto, Leandro, De León e Casemiro; China, Osvaldo e Tita; Renato, Caio(César) e Tarciso(Tonho). Téc. Valdir Espinosa

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Abaixo, o vídeo do jogo, com narração da TV argentina.

http://www.youtube.com/watch?v=AhD0jH1WKR8

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592Morumbi lotado, 95 mil torcedores, 3 de Maio de 1981. O favorito São Paulo enfrentava o Grêmio, que pela primeira vez chagava a final do Campeonato brasileiro. Enquanto os paulistas tinham uma “seleção” com nomes como Waldir Peres, Darío Pereyra e Serginho Chulapa, o Grêmio era considerado um “time de segunda” pela mídia. No primeiro jogo, o Imortal mostrou sua força no Olímpico vencendo por 2×1. A vantagem era pouca, frente ao timaço do São Paulo, imbatível em seus domínios. Ainda mais porque Baltazar perdeu um pênalti que poderia nos deixar com mais tranqüilidade para o jogo da volta. Ao ser questionado sobre o pênalti perdido no final do jogo, ele falou: “Deus deve estar reservando algo melhor para mim”. Muitos diziam que no Morumbi os paulistas venceriam de goleada, que não teria nem graça. O São Paulo, que precisava de uma vitória simples para conquistar o Bi-Campeonato, atacava com mais perigo, mas sempre parava nas defesas do seguro goleiro Leão. O Imortal defendia-se bem e contra atacava com velocidade, com Paulo Isidoro, Vílson Tadei e Tarciso. Aos vinte do segundo tempo, num lançamento pra área, Renato Sá escorou e Baltazar, de primeira, acertou um petardo no ângulo de Waldir Peres. Assim se cumpriam as palavras do “Artilheiro de Deus”, como ficou conhecido. Pouco mais de 3mil Gremistas, calaram 90 mil são-paulinos. No final do jogo, ninguém acreditava no resultado, e os narradores paulistas (como sempre), tentavam arranjar desculpas para explicar a derrota do melhor time. Mas o capitão De León tratou de explicar (entrevista publicada na Placar na época): “Foi como no Mundialito. Lá o Uruguai teve de enfrentar um Brasil cheio de estrelas, e tivemos de nos transformar em algo mais que atletas. Fomos humildade e dedicação. Fomos campeões. Para alguns, com poucos méritos técnicos, mas quem pode negar nossa garra? Sabe, o melhor time é o campeão, e o Grêmio é isso. Há duas coisas que um time campeão precisa ter: jogadores-homens e homens-jogadores”. O Grêmio entrou em campo com: Leão, Paulo Roberto, Newmar, De León e Casemiro; China, Paulo Isidoro e Vílson Tadei (Jurandir); Tarciso, Baltazar e Odair (Renato Sá). Técnico: Ênio Andrade.

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http://www.youtube.com/watch?v=AMHGkrvtI2o

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590Era primeiro de abril de 2001, o GREnal valia pelo primeiro turno do Campeonato Gaúcho daquele ano, e para os colorados, o placar parecia mesmo ser mentira. O Imortal, que apesar de estar se recuperando após a saída de Ronaldinho e a falência da ISL, tinha uma equipe muito superior. O domínio era total, e abrimos o placar com um golaço de Tinga aos 23 da primeira etapa. Ele dominou na área e mandou uma bomba pro gol. O inter, que contava com um time apenas mediano, não conseguia se encaixar em campo. Aos 42 do primeiro tempo, Tinga marcou de novo. Desta vez, completando na saída do goleiro. Na etapa final, o rival veio pra cima, dando muitos espaços para os contra-ataques do Tricolor. Num deles, o artilheiro Rodrigo Mendes marcou o terceiro aos 16 minutos. Após um passe do Tinga na esquerda, ele bateu de pé trocado, rasteiro. Então o adversário acordou no jogo, e numa desatenção da zaga do Grêmio, marcou dois gols em dois minutos, aos 23 e aos 24 do segundo tempo. Após a reação dos bambis, o Grêmio mostrou porque é chamado de Imortal, sabendo conter o ímpeto do adversário. E ainda marcou mais um, aos 42 minutos, com o capitão Zinho cobrando pênalti. Com esse placar, conquistamos antecipadamente o primeiro turno do Campeonato Gaúcho, e ainda ajudamos a derrubar o Zé Mário, técnico do rival, que viria a ser demitido quatro dias depois. A vitória serviu para embalar o time, que viria a conquistar o Gauchão e a Copa do Brasil naquele ano, encantando o país com um dos melhores 3-5-2 que já se viu por aqui. O time que entrou em campo naquele jogo foi: Danrlei; Marinho, Anderson Polga e Mauro Galvão; Anderson Lima, Eduardo Costa, Tinga, Zinho e Rubens Cardoso; Renato Martins (Itaqui) e Rodrigo Mendes (Warley). Técnico: Tite.

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591Após a espetacular marca de 12 títulos gaúchos em 13 anos, nas décadas de 50 e 60 (um hexa e um hepta), o Imortal amargou um jejum de oito longos anos de conquistas do maior rival no Campeonato Gaúcho. Em 1977, havia chegado a hora de dar um basta nessa situação. Tínhamos um bom time, com Oberdã comandando a defesa, Iúra e Tadeu Ricci no meio campo, e um grande ataque com Tarciso, André, e o garoto Éder, que fora trazido por Telê, como grande promessa. No início da partida, a pressão era imensa em cima do Tricolor, que mais uma vez chegava à final, contra o inter, apontado como favorito ao título. Monumental lotado, torcida Tricolor confiante, o Grêmio atacava, atacava, e nada de gol. Aos 25 minutos da primeira etapa, pênalti para o Grêmio. Quem vai bater é o Tarciso. O Craque. O artilheiro. Um dos maiores jogadores da história do Grêmio. Tarciso vai para a bola. Bate. A bola vai pra fora. À esquerda do goleiro Benítez. Oito anos de pressão não é pouca coisa. O Imortal não desiste e segue levando mais perigo ao gol rival. Iúra domina a bola aos 42. Lança na esquerda entre dois rivais, para André Catimba. Ele domina e manda uma bomba de pé trocado. No ângulo. Indefensável. Tomado de alegria, ele parte pra comemoração. Tenta um salto mortal mas distende um músculo e cai de peito no chão. O salto foi mesmo “mortal”. No segundo tempo, Alcindo entrou no lugar dele. O rival vinha pra cima tentando o empate, que levaria a um novo jogo, dessa vez na beira lago. Mas o Grêmio defendia-se bem, controlava o jogo, que começava a ficar violento. Aos 42 minutos, numa falta marcada pelo juiz, a torcida começou a invadir o campo pra comemorar. Deu início a uma confusão com os jogadores colorados, que batiam e apanhavam dos torcedores Tricolores. Então, os torcedores do rival, invadiram o campo e arrancaram uma das redes. Os dirigentes tiraram o time do rival de campo, alegando falta de segurança. A polícia deteve a confusão, e o Grêmio esperou por meia hora os jogadores adversários, que tremeram e não voltaram a campo. A taça foi entregue e o Grêmio enfim, pode comemorar o fim do jejum, apesar da choradeira dos rivais, que tentaram levar a decisão para os tribunais, mas não obtiveram sucesso. O time Tricolor: Corbo, Eurico, Cassiá, Oberdan, Ladinho, Vitor Hugo, Tadeu, Iúra (Vilson), Tarciso, André (Alcindo) e Éder. Técnico: Telê Santana

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