Jogos Inesquecíveis

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589Depois de uma primeira fase tranqüila, em que trucidamos os bolivianos Blooming e Bolívar, e nos vingamos da derrota de 82 para o Flamengo, o Imortal entrou no triangular contra os perigosos América de Cali e Estudiantes. Após vencer os dois no Olímpico, e perder para o América na Colômbia, dependíamos de uma vitória contra o Estudiantes para avançarmos à final da Libertadores. O clima era literalmente de guerra, pois os argentinos lutavam contra a Inglaterra pela posse das Ilhas Malvinas, e um avião inglês, um dia antes do jogo, pousou na Base Aérea de Canoas para abastecer. Era o que faltava para que o ódio aflorasse por todos os poros dos argentinos contra os brasileiros. No dia do jogo, fazia um frio de rachar e a sensação térmica era de 2 graus negativos. Nas arquibancadas de madeira do estádio, os torcedores xingavam os jogadores Gremistas, além de jogar objetos, como pilhas, vidros e pedras. Atrás de uma das goleiras, um engolidor de fogo, desses de circo, impressionava com suas chamas de 3 metros de comprimento. Em campo, os atletas do Estudiantes apelavam pra violência, apoiados pelos ensandecidos torcedores. Antes mesmo de a bola rolar, o atacante argentino Trobbiani, levou cartão amarelo. Com dois a menos, o Estudiantes abriu o placar, mas o Tricolor não se abateu e empatou com Osvaldo aos 44. No intervalo, Caio foi agredido no túnel que levava ao vestiário, e teve que ser substituído por César. Aos 8 minutos do segundo tempo, o Imortal virou a partida com gol do próprio César. Já com quatro a menos, e batendo até na sombra, os argentinos assistiram a um golaço de Renato, aos 18 minutos. Numa luta incrível, os argentinos partiram pra cima do Grêmio, mesmo em desvantagem numérica. Após Gurrieri descontar, o juiz anulou um gol legal de Osvaldo. Aos 41, ocorreu o gol de empate dos Estudiantes. Um resultado ruim? Não, uma heróica jornada de atletas que eram, antes de mais nada, homens, bravos profissionais que, na medida do possível, tentavam jogar futebol. Depois do jogo, o próprio Valdir Espinosa admitiu: “era empatar ou morrer”. Para chegar à final, torcíamos para que o eliminado América de Cali ao menos empatasse contra o Estudiantes na Colômbia. Os colombianos honraram a camisa e seguraram o empate, que colocava o Tricolor na final da Libertadores da América. Mas isso já é assunto para outro post. O Grêmio que esteve em campo nesta partida conhecida como “A Batalha de La Plata” foi: Mazarópi, Paulo Roberto, Leandro, De León e Casemiro; China, Osvaldo e Tita; Renato, Caio(César) e Tarciso(Tonho). Téc. Valdir Espinosa

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Abaixo, o vídeo do jogo, com narração da TV argentina.

http://www.youtube.com/watch?v=AhD0jH1WKR8

Jogos Inesquecíveis

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592Morumbi lotado, 95 mil torcedores, 3 de Maio de 1981. O favorito São Paulo enfrentava o Grêmio, que pela primeira vez chagava a final do Campeonato brasileiro. Enquanto os paulistas tinham uma “seleção” com nomes como Waldir Peres, Darío Pereyra e Serginho Chulapa, o Grêmio era considerado um “time de segunda” pela mídia. No primeiro jogo, o Imortal mostrou sua força no Olímpico vencendo por 2×1. A vantagem era pouca, frente ao timaço do São Paulo, imbatível em seus domínios. Ainda mais porque Baltazar perdeu um pênalti que poderia nos deixar com mais tranqüilidade para o jogo da volta. Ao ser questionado sobre o pênalti perdido no final do jogo, ele falou: “Deus deve estar reservando algo melhor para mim”. Muitos diziam que no Morumbi os paulistas venceriam de goleada, que não teria nem graça. O São Paulo, que precisava de uma vitória simples para conquistar o Bi-Campeonato, atacava com mais perigo, mas sempre parava nas defesas do seguro goleiro Leão. O Imortal defendia-se bem e contra atacava com velocidade, com Paulo Isidoro, Vílson Tadei e Tarciso. Aos vinte do segundo tempo, num lançamento pra área, Renato Sá escorou e Baltazar, de primeira, acertou um petardo no ângulo de Waldir Peres. Assim se cumpriam as palavras do “Artilheiro de Deus”, como ficou conhecido. Pouco mais de 3mil Gremistas, calaram 90 mil são-paulinos. No final do jogo, ninguém acreditava no resultado, e os narradores paulistas (como sempre), tentavam arranjar desculpas para explicar a derrota do melhor time. Mas o capitão De León tratou de explicar (entrevista publicada na Placar na época): “Foi como no Mundialito. Lá o Uruguai teve de enfrentar um Brasil cheio de estrelas, e tivemos de nos transformar em algo mais que atletas. Fomos humildade e dedicação. Fomos campeões. Para alguns, com poucos méritos técnicos, mas quem pode negar nossa garra? Sabe, o melhor time é o campeão, e o Grêmio é isso. Há duas coisas que um time campeão precisa ter: jogadores-homens e homens-jogadores”. O Grêmio entrou em campo com: Leão, Paulo Roberto, Newmar, De León e Casemiro; China, Paulo Isidoro e Vílson Tadei (Jurandir); Tarciso, Baltazar e Odair (Renato Sá). Técnico: Ênio Andrade.

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http://www.youtube.com/watch?v=AMHGkrvtI2o

Coluna do Quico

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Apesar da atuação do time ficar abaixo da de domingo passado, o Grêmio soube controlar a partida com inteligência. No final dos 180 minutos, vencemos por 2×1. Apesar de não ter jogado bem, o Imortal só não marcou gol, por que o goleiro rival fez grandes defesas. Rodrigo, Borges, Leandro e o garoto Neuton, simbolizaram bem a Garra do time em campo. A cena de Hugo comemorando com um caixão vermelho, foi marcante. O Silas merece todos os aplausos, pois apesar de chegar sob desconfianças, mostrou todo o seu valor. Agora é comemorar. Lembrando que na quarta-feira, teremos outra decisão pela Copa do Brasil, e apesar de termos vencido o primeiro jogo, não vai ser fácil. Vamos pra cima do Fluminense, em busca do penta na Copa do Brasil, pois a Taça do nosso 36º Campeonato Gaúcho já está no armário!
Parabéns Tricolor! Nada pode ser Maior!